domingo, 21 de junho de 2009

"O que poderia lhe dizer? Você não fez nada. Simplesmente há em nós algo além de carne e osso. Algo invisível. Foi nesse nível invisível que algo em mim se combinou e se achou em você. Ainda que eu nem tenha falado nada contigo antes de se dar essa afinidade. Sim, eu te lí, e te ví como és. Como seu eu tivesse uma lupa que te decifrasse por cima de suas armas e de sua armadura natural. Todas minhas vontades foram simples. Eu não fiz nada que veio na cabeça fazer e falar. Mas houves certos olhares que diziam tão mais coisas que eu queria ouvir, que nem me arriscaria com palavras. Acho que o terreno era dos olhares e da voz e do toque. Palavras poderiam me fazer tropeçar numa timidez, ou embaraço. Afinal eu me sensibilizei de seu jeito, seu tudo. Esperar uma oportunidade de estar eu e você. Tudo que eu poderia querer falar naquele momento, soaria estranho e descabido a qualquer ouvido sem ser o seu. Calei. E então escreví. Escreví, escreví muito. O que poderia lhe dizer, sai assim, em doses homeopáticas. Pouco a pouco. Como eu descobrindo a beleza que morava por dentro desse simples momento."

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